Começo com uma pergunta:

– Já vivenciaram situações de vida onde só o que mudava eram as personagens ou o ambiente?

Pois é, chamamos isso de ciclos repetitivos.

Muitas vezes nos apercebemos deles e outras não. Conseguimos identificá-los quando a dor se torna gritante e insuportável. Então começamos a trazer para a consciência fatos e fatores que nos levaram a estar novamente nesse ciclo. As vezes eles duram anos, outras meses e quando temos consciência plena deles apenas dias.

A partir disso, temos caminhos a percorrer para investigar de onde veio tal situação. A primeira delas é ter coragem para olhar no seu íntimo buscar a causa que nos levou ou ainda nos leva a repetir o mesmo ciclo. Não, não é fácil fazer essa viagem de volta à origem mas é necessária e fundamental para começar a limpar o que não serve mais. Pois se não o fizermos continuaremos a repetir de ano, a repetir os ciclos.

Quando aceitamos isso começamos a ver a situação com  outro olhar. Isso mesmo, mudamos o foco de tudo que nos causou dor ou incômodo e vemos as coisas boas que nos foram apresentadas e com isso conseguiremos amenizar muitas coisas e inclusive descobrimos possibilidades, descobrimos coisas novas sobre nós mesmos dentro daquele ciclo de repetição.

Nesse trabalho de sair de um ciclo para adentramos a um novo, é preciso ter amor por si próprio, e é esse amor, esse olhar diferenciado para aquela situação que vai nos fazer ver muito de nossa essência perdida, esquecida, negligenciada por nós por conta de viver sempre na opinião alheia.

É triste, mas somos os maiores culpados por tudo que vivemos. E quando temos essas possibilidades, saímos em paz e renovada  desse ciclo vicioso, repetitivo, dolorido e muitas vezes confortável. Sim, confortável e cômodo por medo de enfrentar o novo, o que vem pela frente e da insegurança de não dar conta. Mas é nosso ego que nesse momento entra em ação para nos paralisar e não nos deixar seguir. O sofrimento e a dor tem uma força enorme que não suportando mais conseguimos quebrar essa barreira. Temos força para olhar para o ego e dizer “chega dessa brincadeira” – estou de volta para minha casa e eu que irei tomar conta dela agora. É preciso coragem, força e amor próprio para sairmos de um ciclo que já nos deu o suficiente para aprendermos. Vamos deixar o amor a si próprio fluir dentro de nós para podermos ter fé e confiança para sair do que não serve mais e caminhar com consciência para um novo ciclo, uma nova vida onde nós seremos os protagonistas de tudo em nossas vidas. Vamos ser quem somos e nos fazermos felizes a cada dia, a cada momento pois somos merecedores de passar na escola da vida com sabedoria e coragem. Sempre agradecendo a Deus, ao universo ou aqueles em quem se acredita. E jamais deixando de agradecer a si mesmo pela oportunidade de se olhar e se dar o melhor.

Texto: Denise Araújo