Tudo começou num dia muito ensolarado. A primeira lembrança daquele menino foi de que tudo estava claro demais. Sabe aquela sensação de cegueira? Quando o sol bate nos seus olhos e não se consegue enxergar nada ao redor.
Aos poucos, porém, acostumou seus olhos com aquela claridade toda e viu-se então em uma pequena clareira, e ao seu redor uma natureza exuberante. Essa clareira era o centro de uma grande encruzilhada e o menino logo viu seis caminhos que levavam para direções distintas. Foi então, que, olhando para todos aqueles caminhos, percebeu algo mais. Não tinha lembranças de quem era…Naquele momento, era apenas um menino numa encruzilhada.
Por não saber quem era, não pareceu ser de muito importância qual caminho escolher. Bastava não ficar parado. E o menino então escolheu um dos caminhos, um aleatório, simplesmente para prosseguir em sua jornada.
Logo no início, o caminho escolhido tornou-se frio… Tudo ficou sem cor e uma grande tristeza invadiu o seu coração. Percebeu então que não queria seguir por esse caminho…e voltou logo para sua encruzilhada. Agora restavam mais cinco caminhos. E todos pareciam iguais para o menino.
Decidiu então, usar uma outra forma de escolher seu caminho. Fechou os olhos, e então começou a girar, e girar, e girar…e ao abrir os olhos…escolheu o caminho que estava em sua frente. Iniciou então sua jornada pelo novo caminho.
Ao percorrê-lo, logo viu que esse caminho era bonito e ensolarado! E por um tempo, o menino ficou feliz com sua escolha. Mas logo percebeu que algo estava errado… Aquele caminho o fazia andar em círculos. Andava e andava e retornava ao mesmo lugar. Decidiu então retornar para a encruzilhada.
De volta, ainda tinha o dilema de qual dos caminhos escolher. Mas já estava impaciente, e não queria perder tempo nos caminhos errados. Por isso sentou-se. Não mais queria saber de mais nada. Ficou lá, esperando que algo acontecesse. Mas o tempo passou… e nada aconteceu. O tédio de ficar parado era maior do que o medo de arriscar um novo caminho. Era hora de tentar de novo.
Parou então para refletir… percebeu que o primeiro caminho não era bom, pois era frio e não aquecia seu coração. O segundo caminho também não era o ideal…Era ensolarado e bonito, mas não levava para nenhum lugar novo. Percebeu então que o destino sem uma jornada agradável nada significava. E uma jornada agradável sem destino não tinha sentido.
Foi então que o menino começou a se lembrar…de quem era e do que importava para ele de verdade. Buscou na biblioteca das suas experiências tudo aquilo que fazia sentido, que era verdadeiro. Estudou sua própria alma, e catalogou seus sonhos, tanto os antigos e novos. Os desejados e os descartados. Os que morreram de morte natural e os que foram assasinados. Os reais e os ilusórios.
E quanto mais estudava a si próprio, mais entendia qual era o caminho mais bonito… e para qual destino desejava ir. E então, ao levantar seus olhos, já não haviam mais tantos caminhos. Apenas um.
– Mirela Fioresy
Carta da Leitura de Tarot que originou o conto “O Menino e a Encruzilhada”, Contos de Tarot, por Mirela Fioresy, como resultado de leitura real de tarot. Tarot: Angel Tarot Cards, por Doreen Virtue & Radleight Valentine, versão original em Inglês. Tema da Leitura: Trabalho.
Contos de Tarot são leituras de Tarot personalizadas, que trazem respostas e reflexões para questões enviadas pelo consulente, na forma de um Conto exclusivo. Apesar de serem criados como uma mensagem especial para quem solicitou a leitura, são contos que trabalham com imagens e conceitos do inconsciente coletivo da humanidade, trazendo também reflexões para todos nós.
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