Por aqui temos observado que muitos de vós ainda utilizam a “coletividade” para enquadrar seres individuais em categorias preconceituosas. Isso muito nos entristece. Esquecem que seus irmãos são todos seres únicos e individuais. As classes, as raças, as escolhas religiosas, estas não definem o ser humano em suas características principais, mas sim o tamanho de seu amor, de sua bondade, e suas intenções sinceras.

Um muçulmano não é sinônimo de um extremista, e um católico preconceituoso – ao julgar o que está em destaque pela mídia que escolhe o pior – incide em ato lamentável ao enquadrar outros seres que nada tem a ver com os atos. Hoje é mais fácil dizer “eles”, como se todos fossem portadores de uma doença infecciosa, que nada mais é que um reflexo do próprio preconceito do acusador em relação a si mesmo.

Pois quem está em comunhão consigo mesmo, quem está em paz, não tem necessidade de acusar, de apontar, pois sabe que todos somos apenas irmãos em aprendizado. Isto não minimiza de forma alguma os atos cruéis praticados pelos indivíduos, mas quem tem a consciência sabe que estes atos nunca passarão impunes na roda das encarnações, e assim poderiam ter mais compaixão por estes que ainda pagarão por seus erros, de forma multiplicada.

Aqueles que se regozijam com a ideia do acerto de contas, porém, tampouco estão em uma vibração de amor. Pois a energia da vingança é oposta ao amor, tem natureza maléfica, e contamina o coração daqueles que optam por este caminho.

Não existem injustiças. Existe a Lei da Justiça Universal, que é igual para todos. Como sabem se aqueles que passam pelo martírio nas mãos de um ser sem luz, não escolheram por livre e espontânea esta prova, por terem já praticado atos similares como algoz no passado?

De vossa consciência limitada, tal parece impensável. Mas entendam que a lei do dharma e do karma são leis inalteráveis. Tudo que ocorre é uma lei de compensação que não pode ser desafiada eternamente.

Por isso, meus irmãos, julguem menos, e preocupem-se mais em vigiar os vossos próprios atos, para que não recaiam sobre vós os efeitos de suas ações no futuro. Se não julgam, não serão julgados. Se espalham amor, não podem esperar retribuição diferente de amor. Se tens compaixão, serão merecedores de compaixão em futuros atos.

Entendam que cada um está em seu próprio processo. Se julgam um indivíduo pela coletividade, serão julgados pela coletividade a que pertencem. E qual coletividade que está isenta de erros? Qual religião, credo, raça, país, crença, que está totalmente isenta de atos cruéis, ao longo da existência humana?

Se hoje, por exemplo, são católicos, não gostariam de ser julgados por atos da Inquisição. Da mesma forma, não julguem um muçulmano correto, que leva sua vida com amor, pelos atos de extremistas que utilizam o nome do islamismo como bandeira de forma equivocada.

Saibam discernir, pois tens a consciência para tal. De nada adianta ler textos edificantes; meditar; frequentar templos, igrejas, centros budistas ou espíritas; falar de espiritualidade se, no dia a dia, em vossas conversas e palavras, utilizam-se de preconceito e falta de amor.

É hora de acordar. É hora de avaliar e transformar os preconceitos e julgamentos que carregam dentro de vós, pois estes não lhes servem mais. É hora de praticar o amor.

– Um Espírito em busca da Integração e Tolerância Religiosa

Mensagem Canalizada por Mirela Fioresy em Setembro 2016